A Sombra do Pai

A Sombra do Pai

Era manhã quando o pai saiu em companhia do filho. Andavam de mãos dadas, em direção à venda da esquina. Iam buscar o pão quentinho, retirado do forno, sempre no mesmo horário. A caminho, algo chamou a atenção do menino de cinco anos. O sol das 8 horas projetava, dos dois, uma sombra fraca na calçada. O garotinho estufou o peito, apontou para o chão e disse:

– Olha pai, como eu sou maior do que você. A minha sombra é maior do que a sua?

O senhor deslizou os dedos pelos cabelos do filho, olhou para baixo com doçura e respondeu:

– Não meu filho, esta não é a sua, é a minha sombra.

A resposta negativa pareceu não convencer o menino, disposto a ocupar o papel do pai. Para tentar convencer a si próprio de que a sombra maior era a dele, começou a andar igual ao seu herói. Arrastava uma perna, enquanto deixava o braço esquerdo dobrado, rente ao corpo, como se estivesse engessado. A boca semiaberta e um dos olhos quase fechado – simulando um rosto inchado por fraturas recentes – deram o toque final no personagem incorporado por aquela inocente criança.

Na verdade, ela, ainda sem entender direito a vida, tentava imitar os trejeitos recentes do pai, um jovem senhor de apenas 33 anos de idade. Ele havia ficado daquele jeito após se atirar na frente de um caminhão, para livrar o filho de um acidente. Conseguiu empurrar a criança, mas foi parar embaixo de um monte de “sucata assassina”.

Quem viu o acidente podia jurar que ele estava morto. E, de fato, foi dado como morto até chegar ao hospital, onde recobrou os sentidos do corpo e, “voltou a viver”. Perdoando a ignorância do filho, o jovem senhor parou a caminhada, se abaixou com dificuldades, olhou dentro dos olhos do garoto e disse com voz embargada:

– Filho, aquela é a minha sombra. Eu sofri para que você não precisasse sofrer. Dei a minha vida para que você  tivesse vida. Sofri as consequências para que você não tivesse de sofrê-las. Aquela não é a sua sombra, é a minha!

Tudo que Jesus sofreu em sua crucificação e morte, representam Deus jogando-se na frente da própria morte, para nos livrar dos seus grilhões cruéis. Porém, a compreensão desses fatos fica mais clara e lúcida quando entendemos a construção da revelação do grande plano do amor de Deus, desde as Antigas Escrituras, até a cumprimento em Cristo Jesus.

Extraído do livro “CRÔNICAS DE DAVI NO REINO DO MESSIAS” | Manassés Guerra
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